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A Importância da Educação e Prevenção na Gestão de Alergias Alimentares na Restauração 

As alergias alimentares são uma preocupação crescente no setor da restauração. Com o aumento  da prevalência global desta condição, os restaurantes enfrentam um desafio importante:  garantir a segurança alimentar de clientes alérgicos, enquanto oferecem uma experiência  gastronómica inclusiva e de qualidade

A 8 de julho assinala-se o Dia Mundial da Alergia, uma iniciativa conjunta da Organização  Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Alergia (OMA) para sensibilizar para a  importância de diagnosticar e tratar as doenças alérgicas que são cada vez mais comuns. 

Estima-se que, atualmente, cerca de 8 em cada 100 crianças e 5% dos adultos em todo o mundo  apresentem manifestações clínicas de uma alergia alimentar. Nos países desenvolvidos a  prevalência das alergias está a aumentar e recentemente estima-se que afete 10% da população.  Também em países em desenvolvimento, as alergias alimentares que antes eram ignoradas  agora tornam-se óbvias e o número de relatos sobre alergias alimentares aumentou de forma  significativa. As alergias tornam-se agora um problema de saúde global significativo. 

Esta condição apresenta desafios significativos, não apenas em termos de saúde, mas também  em relação à vida social e emocional dos indivíduos afetados. Uma diferença significativa em  relação a outros problemas comuns que colocam em causa a segurança dos alimentos, como é  o caso da contaminação por via de agentes patogénicos ou químicos, é que nesses casos, quando  ocorrem, afetam a população num geral. As alergias apenas e somente afetam uma parte da  população. 

É difícil estimar os danos causados pelas alergias alimentares. Além disso, as alergias alimentares  graves muitas das vezes exigem cuidados e tratamentos médicos, sendo que esses custos devem  ser tidos em conta ao discutir o impacto das alergias alimentares. 

A evicção alimentar, ou seja, a exclusão dos alimentos que desencadeiam reações alérgicas, é  atualmente o principal método de tratamento e prevenção da alergia alimentar. No entanto, esta  exclusão pode ser especialmente desafiadora, dadas as complexidades envolvidas na  identificação e eliminação dos alergénios da dieta. É por isso, que é importante que os rótulos  alimentares contenham informações suficientes para permitir que as pessoas com alergias  alimentares evitem os riscos de reações alérgicas.

Além disso, a experiência de fazer refeições fora de casa, uma prática tão comum na sociedade  moderna, pode tornar-se um desafio adicional para os indivíduos com alergia alimentar, devido  ao risco de exposição acidental a alergénios nos alimentos servidos em estabelecimentos de  restauração. 

👉O que são alergias alimentares e por que são relevantes para os restaurantes? 

A alergia alimentar é uma reação adversa do sistema imunológico a determinados alimentos,  desencadeada pela presença de alergénios específicos. A resposta imunológica pode variar de  leve a grave e, em alguns casos, pode ser potencialmente fatal. 

Os alergénios alimentares mais comuns incluem leite, ovo, amendoim, frutos secos, marisco,  peixe, trigo e soja. No entanto, qualquer alimento pode potencialmente desencadear uma  reação alérgica em indivíduos suscetíveis. 

É importante distinguir entre alergia alimentar e intolerância alimentar. Enquanto a alergia  alimentar envolve uma resposta imunológica do organismo, a intolerância alimentar ocorre  devido a dificuldades digestivas e não está associada a uma resposta imunológica. 

A legislação europeia prevê que os operadores de empresas do setor alimentar devem declarar  a presença de 14 alergénios alimentares usados como ingredientes nos seus alimentos: Cereais  contendo glúten, Crustáceos, Ovos, Pescado, Amendoim, Soja, Leite e produtos à base de leite  (incluindo lactose), Frutos secos, Aipo, Mostarda, Sementes de sésamo, Dióxido de enxofre e  sulfitos, Tremoço e Moluscos.  

Na restauração, o risco de exposição acidental a alergénios é elevado devido à possibilidade de  contaminação por contacto cruzado e falta de comunicação sobre os ingredientes dos pratos.  Este é um tema crítico, pois reações alérgicas graves podem colocar vidas em risco e afetar a  reputação do estabelecimento. A transparência não é apenas uma exigência legal, mas também  uma prática que fortalece a confiança do cliente nos restaurantes. 

👉Manifestações clínicas da alergia alimentar 

As manifestações clínicas da alergia alimentar podem variar amplamente, desde sintomas  cutâneos como urticária e eczema até sintomas respiratórios e gastrointestinais, sendo que em  casos graves ocorre anafilaxia.

A anafilaxia é uma reação alérgica grave e generalizada que pode ser potencialmente fatal se não  for tratada rapidamente. Os sintomas incluem dificuldade respiratória, inchaço da garganta,  diminuição da pressão arterial e perda de consciência. 

👉Prevenção prática: medidas essenciais para o seu restaurante 

A prevenção de reações alérgicas requer atenção a todos os níveis do serviço. Aqui estão algumas  práticas que o podem ajudar: 

1. Treinar a Equipa 

Garantir que os colaboradores sabem identificar alergénios e evitar contaminações por contacto cruzado. A formação regular é uma mais-valia. 

2. Implementar Processos de Cozinha Seguros 

Utilizar utensílios e superfícies diferentes para preparar refeições destinadas a clientes com  alergias. 

3. Comunicação Clara com os Clientes 

Criar menus detalhados ou disponibilizar fichas técnicas ou listagem que identifiquem os  alergénios em cada prato. 

4. Evitar a Contaminação Cruzada 

Reservar espaços específicos para preparar alimentos sem alergénios e armazenar os ingredientes alergénicos de forma separada. 

Por exemplo, ao preparar uma pizza sem glúten, deve-se garantir que a bancada de trabalho está  completamente limpa e que os ingredientes utilizados não estiveram em contacto com a farinha  comum. 

👉Benefícios de uma abordagem proativa 

Além de prevenir incidentes, adotar estas práticas demonstra responsabilidade e cuidado com  os clientes. Esta abordagem também pode ser uma excelente estratégia de marketing: 

restaurantes que garantem a segurança dos alimentos fornecidos aos clientes alérgicos  destacam-se positivamente nas avaliações on-line e fidelizam um público específico. 

Os restaurantes desempenham um papel crucial na prevenção da ingestão acidental de  alergénios, devem garantir que os seus colaboradores estejam devidamente informados sobre  as práticas seguras de manipulação de alimentos e que sejam capazes de fornecer informações  precisas sobre os ingredientes dos pratos servidos. 

Ao aumentar a consciencialização sobre as alergias alimentares, implementar medidas  preventivas rigorosas e garantir uma comunicação clara e precisa entre os clientes e os  colaboradores dos estabelecimentos de restauração, podemos garantir que os indivíduos que  vivem com esta condição possam desfrutar de uma experiência gastronómica segura e  satisfatória, mesmo fora de casa. Para além disso, regulamentar os alergénios alimentares é  fundamental para o fornecimento de produtos alimentares comerciais seguros para os  indivíduos alérgicos a determinados alimentos ou até mesmo aos constituintes de um  determinado alimento. O principal objetivo destes regulamentos é garantir a segurança dos  alimentos para os indivíduos que vivem com esta condição. 

A gestão eficaz da alergia alimentar na restauração requer uma abordagem holística que inclua  educação, prevenção e colaboração entre os diversos intervenientes, desde os clientes com  alergias até aos estabelecimentos de restauração, profissionais de saúde e entidades de controlo  oficial. 

Invista na segurança alimentar e destaque-se como um exemplo de excelência no setor da  restauração.

👉 Sobre a SARA HACCP

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